'Royalty-criança'

 

01/04/2011 - 20h21

Projeto que cria o 'royalty-criança' deve ser votado terça-feira 

Em reunião na próxima terça-feira (5), às 11h, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) irá examinar o PLS 2/10, que institui o "royalty-criança" e cria o Fundo Nacional de Educação Básica (FNEB). De autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o projeto é relatado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), que é favorável à matéria e às emendas apresentadas à proposição.

O royalty-criança corresponde aos recursos que couberem à União, como resultado da exploração de petróleo na camada pré-Sal e repassados aos entes federados com base no número de crianças matriculadas na educação básica. O FNEB será de natureza contábil e financeira, vinculado ao Ministério da Educação, constituído preponderantemente pelos mencionados royalties.

Em reunião da CE no último dia 29, a matéria foi lida e teve início a sua discussão, após o que foi concedida vista coletiva. O projeto será examinado ainda na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em decisão terminativaÉ aquela tomada por uma comissão, com valor de uma decisão do Senado. Quando tramita terminativamente, o projeto não vai a Plenário: dependendo do tipo de matéria e do resultado da votação, ele é enviado diretamente à Câmara dos Deputados, encaminhado à sanção, promulgado ou arquivado. Ele somente será votado pelo Plenário do Senado se recurso com esse objetivo, assinado por pelo menos nove senadores, for apresentado à Mesa. Após a votação do parecer da comissão, o prazo para a interposição de recurso para a apreciação da matéria no Plenário do Senado é de cinco dias úteis..

Os recursos do fundo serão direcionados para investimento em educação básica, de forma a contribuir para a erradicação da pobreza, a promoção da cultura e o desenvolvimento científico e tecnológico com sustentabilidade ambiental. O Ministério da Fazenda deverá encaminhar relatório trimestral do desempenho do fundo ao Congresso Nacional.

Em seu relatório, Pedro Simon observa que a proposta tem "nítida inspiração" no PL 5.940/09, do Poder Executivo e em tramitação na Câmara dos Deputados, que institui o Fundo Social com os recursos da União que vierem a ser gerados pela exploração do petróleo da camada pré-sal, direcionando-os à realização de projetos e programas de combate à pobreza, desenvolvimento da educação, cultura, ciência e tecnologia e sustentabilidade ambiental.

Pedro Simon ressalta, porém, que o projeto revela-se inovador e ambicioso quando comparado à proposta do Executivo por destinar o investimento maciço dos recursos em educação, ciência e tecnologia. Ele registra ainda que o FNEB terá caráter semelhante ao atual Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), que é composto por 20% dos principais impostos e transferências que constituem as receitas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, além de um aporte da União estimado hoje em quase R$ 8 bilhões.

Essa complementação da União, entretanto, é direcionada a dez estados que apresentam menor gasto médio por aluno. Já o FNEB reforçará o financiamento da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio de todos os entes federados.

Agressão nas escolas

A comissão deverá votar ainda requerimento da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) que solicita a realização de audiência pública para analisar e discutir os problemas decorrentes da violência física ou psicológica nas escolas, fenômeno conhecido como bullying. A senadora propõe a participação no debate de representantes da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia); de autoridades do Ministério da Educação e Cultura, psicólogos e pesquisadores que investigam o fenômeno.

Também deverá ser votado requerimento do senador Wellington Dias (PT-PI) que propõe a realização de audiência pública conjunta da CE e da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), como forma de levar ao conhecimento desses colegiados o trabalho do professor Miguel Nicolelis a respeito do uso democrático da ciência para a transformação social e econômica do Brasil.

Outro requerimento a ser votado pela comissão, de autoria da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), sugere a realização de audiência pública para celebrar o nascimento do artista plástico Carybé e debater a importância de sua obra. Entre os convidados para o debate estão a filha do artista e dirigente do Instituto Carybé, Solange Bernabó; o poeta, tradutor, ensaísta, antropólogo e pesquisador baiano Antônio Risério; o secretário de Cultura da Bahia, Albino Rubim; e o embaixador da Argentina no Brasil, Juan Pablo Lohlé.

Paulo Sérgio Vasco / Agência Senado
 

Notícias

Novas regras para prisão processual respeitam mais os direitos do cidadão

Extraído de Portal do Holanda  03 de Maio de 2011   Novas regras para prisão processual respeitam mais os direitos do cidadão - Com a vigência do Projeto de Lei 4.208/2001 , que altera o Código de Processo Penal, a prisão processual estará praticamente inviablizada no Brasil. Essa é...

Prisão em flagrante

  Novo CPP dificulta prisão preventiva após flagrante Por Rodrigo Iennaco   Dando sequência à reforma do Código de Processo Penal, no âmbito da comissão constituída pela Portaria 61/2000, foi encaminhado à sanção presidencial o Projeto de Lei 4.208/2001, que altera dispositivos do CPP...

Erro médico

03/05/2011 - 13h20 DECISÃO Prazo para prescrição de ação por erro médico se inicia quando o paciente se dá conta da lesão O prazo para prescrição do pedido de indenização por erro médico se inicia na data em que o paciente toma conhecimento da lesão, e não a data em que o profissional comete o...

Relacionamento amoroso de 36 anos não é união estável

Extraído de Recivil Relacionamento amoroso de 36 anos não é união estável Para o TJRS, não basta o que o tempo de um relacionamento amoroso seja longo para que se caracterize como união estável. “Relacionamento mantido entre o autor e a falecida, ainda de longa data, sem caracterizar a entidade...

Nova ordem

  EC do divórcio torna separação inútil Por César Leandro de Almeida Rabelo   Concebido por valores morais, religiosos e sociais, o casamento pretende a união duradoura entre os cônjuges, ressalvada a possibilidade de dissolução nas hipóteses previstas na legislação. Contudo o princípio...